O ROI X COI na transformação digital
Muitos de vocês já conhecem o conceito de ROI,
o return on investment ou a taxa
de retorno sobre investimento, uma métrica utilizada para mensurar o rendimento
obtido à partir da alocação de determinada quantia de recursos. Até aí, nenhuma
novidade. O que está em discussão hoje é um novo
conceito: o COI, o cost of inaction,
ou custo da inação ou o "custo de não fazer nada", que ganha muita
relevância nesse aceleradíssimo mundo digital, por conta de todas as
transformações pelas quais os negócios e os consumidores, estão passando.
Enquanto o ROI advém da economia e é dado pela
razão entre o lucro líquido alcançado e o investimento realizado por um
determinado período de tempo, o COI é algo mais conceitual e impreciso. Mas
ambos servem para guiar decisões estratégicas de negócios e devem caminhar
juntos.
O COI parte da análise do status quo da empresa e o quão satisfatório ele é, ou não! E como
estamos vivendo um processo de absurdas transformações digitais, sem data pra
acabar, eu creio que não exista nenhuma empresa nesse nosso planeta que possa,
em sã consciência, se colocar nessa zona de conforto. Isso sem falar da própria
concorrência em si, que não deixa ninguém dormir em paz. Tanto faz seja o
Google ou o Walmart, quanto o comércio do nosso bairro (que o digam as finadas
Kodak, Blockbuster, Blackberry e as mais de 50% de pequenas empresas que fecham
as portas antes de completar 4 anos de vida).
Novos mercados são criados, ao mesmo tempo que
outros são reformulados. E os tremores vem de vários lados, desde as mudanças
nas preferências dos consumidores (agora digitais), até os pilares de
competição, representados pelas grandes plataformas (Mercado Livre, AirBnb,
Uber, Craigslist) embasados em grandes mudanças tecnológicas (smartphones, crowdsourcing, 4G/5G, IoT, big data). Essa é o grande framework hoje: clientes, empresas,
tecnologias e modelos de negócios entremeados na teia digital.
Um trabalho recente da Accenture na Índia
(Accenture Business Journal for India 2017, issue 3) estima que o custo de
"não fazer nada" para a industria de ciências da vida pode impactar
em 10% as receitas dessa indústria. Já na de automóveis o impacto vai a 30%. No mercado do marketing o tema é quente, com o mercado
B2B passando por mudanças estruturantes, com inside sales, content marketing, métricas digitais baseadas em leads e conversões.
E vem muito mais por aí. Consumidores buscando experiências
cada vez mais personalizadas, o acesso a bens muito mais valorizado como
serviço do que a posse a propriedade das coisas, o sentido de propósito e
impacto social mais percebido e valorizado nas decisões de consumo e
empreendedorismo, a universalização dos smartphones
e da presença digital das pessoas e a expansão da filosofia crowd. O COI ficará maior a cada ano, a
cada dia, a cada minuto...
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